Poder Sem Limites

sexta-feira, 16 de março de 2012 0 comentários
Crítica por Camila Smid, aluna de Publicidade e Propaganda do 2º ano da Faculdade Cásper Líbero.

Um filme de super-heróis sem máscaras, fantasias ou codinome. Em vez de um Super-Homem enviado do espaço, o filme “Poder sem limites” nos mostra estudantes de colegial que, numa noite de festa,  encontram um tipo de pedra radioativa enorme que os transforma em telecinéticos sem propósito.

Ser “sem propósito” é exatamente o segredo para o sucesso desse filme. Ele omite a responsabilidade de passar qualquer mensagem que seja até a metade do filme. Só então, depois de inúmeras brincadeiras inofensivas, é que um inocente sai ferido e as questões morais e éticas do possível uso da telecinese entram em discussão. Regras parecem ser necessárias para que o uso desses poderes não prejudique mais ninguém. Mas até onde você vai obedecer às regras, quando sabe que ninguém pode te impedir, e muito menos te punir, por quebrá-las?

Um protagonista perturbado por problemas familiares e por sua impopularidade na escola. O perfil é clichê, tanto quanto o desenvolver da trama. Apesar disso, é uma proposta interessante, a de jovens que usam superpoderes para bobagens como montar castelos de brinquedo ou assustar criancinhas. Infelizmente o desfecho se mostra previsível a partir do momento em que começamos a entender a linha de raciocínio das personagens, o que não demora muito. Pessoas que já assistiram filmes sobre massacres em escolas, causados por jovens ou ex-alunos revoltados que carregam consigo armas e acabam causando centenas de mortes, verão no protagonista esse ego machucado, essa falta de controle e de apoio emocional, que o leva a perder o controle.

Com uma fotografia muito semelhante a de filmes como Cloverfield, A Casa e Atividade Paranormal, algumas cenas confundem ao mostrar ângulos que não estariam sendo filmados por personagem algum. Em outros momentos, cenas gravadas da câmera de outra personagem que não o protagonista quebram a ideia de que teria sido tudo gravado na mesma fita, que é justamente o mais interessante da proposta desse tipo de filmagem. Tomando como exemplo o sucesso do filme A Bruxa de Blair, muitos cineastas dos gêneros de suspense e terror têm tentado acertar na medida, mas nenhum até hoje conseguiu com tanto primor. No entanto, é a primeira vez que um filme de super-heróis é feito nesse formato, recurso cujo resultado se mostra um tanto discutível. Faz pensar se não teria sido uma ideia melhor deixar a proposta de filmagem em primeira pessoa de lado e aproveitar melhor a história em si.

Poderíamos dar um subtítulo ao filme, algo como “E se o Super-Homem tivesse sofrido bulling?”. Com efeitos especiais simples, mas muito bem feitos, e atuações convincentes para papéis que não exigem grandes atuações, o filme “Poder sem limites” é uma forma divertida de nos fazer imaginar o que nós faríamos se, de repente, adquiríssemos superpoderes.

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